Shoes are for fashion, not for function?

Longe das trivialidades académicas e com tempo para ponderar sobre assuntos meramente interessantes e desinteressantes, cuja natureza claro depende do estado de êxtase hedónico ou de embriaguez por protecção solar e excesso de vitamina D (who cares…). Decido portanto tocar no assunto que dá a volta à cabeça de quarentonas na menopausa, deprime umas quantas adolescentes, afecta os comuns e vulneráveis mortais e em algumas circunstâncias, com palavras mal escolhidas é quase equiparado a terrorismo… A moda!

Uuuuuuuhhhhhhhh aposto que já estão todos arrepiados!!! Bem, quem não tem qualquer interesse pelo assunto, esta é a parte em que se vão embora… Depois não digam que eu não avisei!

“Fashion is a form of ugliness so intolerable that we have to alter it every six months” – Oscar Wilde

“Only great minds can afford a simple style” – Stendhal (Não discordo por completo)

E eu agora pergunto… quais serão os uniformes escolhidos para a terceira guerra mundial e quem os irá desenhar????? Karl Lagerfeld? Marc Jacobs? Miuccia Prada? Opá espero que seja o Matthew Williamson ou a Stella Mccartney!!! Como podem ver, é muito fácil extrair futilidade de tudo o que se aproxime de arte e beleza se direccionarmos todo o nosso intelecto nesse sentido. Mas é mesmo isso que queremos? Já pensaram no mundo sem moda? O que teria vestido a Angelina Jolie nos Oscares? A Beatrix Kiddo teria conseguido andar de mota sem o seu equipamento motard amarelo? Como iria o Stan Lee distinguir as personagens da Marvel? (à excepção do gajo que quando se irrita fica grande e verde) Seriamos todos Amish? Ou nem se quer tínhamos passado da idade da pedra? Teríamos sobrevivido a climas rigorosos sem um Jonh Galliano versão australopiteco que decidiu criar agasalhos com peles de animais caçados? Andaríamos só com uma folhinha a tapar os genitais? Ou nem isso, porque a promiscuidade deveria de ser tão elevada que mais valia nem esconder nada… Enfim.

Assim como existe quem sofra de amusia, também existe quem não consiga apreciar moda… há quem diga, que o problema não é a moda, mas sim o mundo que a envolve, onde são criados padrões de estética quase inatingíveis e utópicos fomentados por uma simples necessidade de marketing. Hum… Mas isso não é o que acontece em quase todos os tipos de industrias? “Então, mas não te esqueças de aliar a indústria da moda à da cosmética, cirurgia plástica, Photoshop, etc.” Isso, vamos meter tudo o que venda ilusões no mesmo saquinho… sem esquecer o David Copperfield, Chris Angel, 80% da literatura e companhia. Bem… acho que só ficavam as ciências exactas de fora. Qual é o derradeiro teste da nossa existência não patética…? Eu não sei… Tal como no Reservoir Dogs, ninguém queria ser o Mr. Pink ou o Mr. Brown, mas há que aprender a aceitar certos factos que podem ser imutáveis, ou procurar o meio de felicidade mais próximo e acessível, sem necessariamente ter que culpar o mundo inteiro. (já dizia Albert Einstein… eu sei que vocês já sabem por isso não repito :p)

Agora sim debruço-me sobre a verdadeira razão deste post… Na próxima quinta-feira 29 de Julho, vai estrear a season 8 do Project Runway… e não tenho vergonha alguma de anunciar que a aguardo com grandes expectativas! Acompanho o programa desde a temporada 2, e é fantástico ver algo a que possamos chamar semi-reality show, mas que ainda assim apresenta bastante qualidade, para quem não sabe o programa à 6 anos seguidos que é nomeado para Emmys. A grande novidade desta temporada, para além da Heidi não estar grávida, serão os episódios de 90 minutos… sim meus caros 90 minutos!!!! Vai ter direito a pipocas e tudo! É desta que a malta enjoa de vez! Mas nem tudo o que é fusão entre reality shows e moda dá bom resultado, e a grande prova disso é The Rachel Zoe Project… Já viram? Não? Não perdem nada, não é um programa do género “Sarah Jessica Parker meets Audrey Hepburn”, é um programa do dia a dia de uma “fashion stylist” que tem várias reacções e expressões que eu não consigo interpretar… “I DIE! Oh my God i die” (suponho que isto seja quando o dia lhe corre mal), “BANANAS, that’s so BANANAS” (presumo que seja um estado de contentamento), “Literally this, literally that” (ela literalmente diz literally literalmente frase sim frase não) e por fim, como qualquer pessoa que se preze tinha que criar a sua própria sigla OOC (out of control, que ela exprime num estado de felicidade e susto ao mesmo tempo), já não nos bastava o OMG, FYI e BTW.

Para finalizar, no dia 7 de Agosto com a Vogue sai o DVD The September Issue, que é um documentário sobre a Anna Wintour. Eu já vi, não é o melhor documentário alguma vez feito (isso deixo para Anvil e Michael Moore), mas está bastante interessante para quem tiver alguma curiosidade no assunto.

Como diria Mr. White (se trocasse de nome com o Mr. Pink), If you shoot Anna Wintour in a dream, you better wake up and apologize!

Cheerz