sexta-feira, 19 de março de 2010

O Pára-quedista


O Pára-quedismo é um movimento em declínio, tendo os seus anos de ouro sido na década de 40, na Segunda Guerra Mundial. Porém, existem alguns resistentes, que não tendo funções bélicas definidas e cujo objectivo se desvaneceu há muito, ainda continuam por cá. Como não têm onde cair mortos (trocadilho!), assumem vários cargos e funções largamente distanciados do seu modo de vida, chamemos-lhe assim. Existem professores pára-quedistas, médicos pára-quedistas, advogados pára-quedistas, motoristas pára-quedistas, entre muitos outros, é só tentarem ver com mais atenção e encontrarão em todas as classes profissionais um ou outro pára-quedista.

Vou dar-vos uma descrição específica de um pára-quedista para conseguirem perceber quando estiverem em frente a algum. Neste caso, vou dar um exemplo concreto para compreenderem e visualizarem melhor a descrição.

O professor pára-quedista é uma espécie com traços físicos, psicológicos e sociais bastante característicos. Regularmente são homens, de estatura alta, relativamente magros, entre os 40 e 50 anos, cabelo grisalho e bigode, não têm grande estilo, embora, andem sempre com uma mala à tiracolo.

A principal particularidade que salta logo à vista: aterram de pára-quedas ali à vossa frente. Só após alguns minutos se apercebem do sítio onde aterraram. Peixe fora de água.

Andam pelos corredores da faculdade desorientados e de andar meio desequilibrado, com olhar perdido e de cabeça erguida – para se orientarem melhor. Porém, não vêem um palmo à frente do nariz.

Têm funções importantes para a coordenação do curso (já estou a dizer tudo!), assim como, são fundamentais para o ensino de uma cadeira importantíssima para o estágio, porém, falham na abordagem e na explicação da matéria ao aluno. São sempre os últimos a saber do que se passa e quando interrogados reviram os olhos numa espécie de viagem turbulenta no interior das suas cabecinhas à procura da resposta.

Após alguns anos de observação intensa e criteriosa, descobri a razão do atraso supostamente inexplicável do professor pára-quedista. O professor pára-quedista chegava à escola às 16h. No horário, a aula estava marcada exactamente para a mesma hora. Porém, só fazia a sua entrada esplendorosa pela sala adentro às 17h, mais minuto menos minuto. O porquê? Dediquei-me à teorização do problema e, excluindo a primeira e mais óbvia razão – perder-se toda a vez que entrava nos labirínticos corredores da escola, cheguei à brilhante conclusão: Tal como todos os pára-quedistas disciplinados, quando aterram, instintivamente, têm de arrumar o seu pára-quedas! Razão que o levava a aparecer uma hora depois de ter chegado à faculdade.

Simples, não é?

Agora, podem descansar os vossos cérebros porque a resposta foi encontrada.

Dediquemo-nos à próxima questão.

7 comentários:

  1. Admito que é uma reflexão extensa e que não nos leva a nenhum lado concreto! Mas dá-nos paz à alma! As questões da vida têm de ser respondidas!


    Eu sei, estiquei-me à grande...!

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  2. olha está lindo... Muito bem escrito.. adorei, parabens :) dá perfeitamente para sabermos quem é este suposto pára-quedista... :)

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  3. Obrigada!=)* Ainda bem que gostaste!

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  4. olha concordo plenamente, eu sabia que tinha que haver uma explicação lógica para os atrasos do zé!

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  5. XD AHAHAH LINNNNDOOOOOO!!! XD XD

    bom... esta magnifica dissertação explica muita coisa!!! ...no entanto, vejo-me obrigado a pensar que estes professores pára-quedistas estão em rápida proliferação, ou então são somente como as mulheres que andam sempre juntas para todo o lado, uma vez que além do nosso "amigalhaço" Zé, ainda temos o recente carlitos dos bigodes e do "presta atenção, se não estás ca tromba no chão", e o novissimo (em todos os sentidos da palavra) pedrito, que por enquanto ainda foge às descrições físicas, mas que aterrou ali directamente do nada. XD

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  6. Quem é o presta-atenção-senão-estás-com-a-tromba-no-chão? Não me digas que é o de Citogenética! Esse também é um exemplo perfeito de pára-quedista!
    Quanto ao Pedrito, ainda não tive o prazer de conhecer a figura!

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  7. Oh minha cara amiga Lara, ainda não tiveste o prazer de conhecer, mas hás-de ter! =P
    Eu acho que assim que o vires te vais lembrar de música portuguesa xD

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