Não estranhem se virem uma maçã voar pela janela fora e ouvirem um voz a dizer "Até ao infinito e mais além!" (esta frase não é bem daqui...).
The Busy World of Richard Scarry
E pronto, isto devagarinho vai-se compondo... É assim, isto é um blog somente para as pessoas se rirem, das coisas que acontecem e que são expostas aqui... Sentido de humor é que precisamos... Para levar a vida numa boa, e para acordarmos a rir, mesmo que esteja um dia muito cinzento.
Porém, mentes perspicazes, entediadas com as aulas e experientes no mundo dos reparos às vidas e vestimentas alheias aperceberam-se (quase) simultaneamente, numa espécie de sintonia telepática característica de todos os grupinhos com um objectivo maior em comum – os mexericos, de várias contradições e questões que rodeavam o professor de farmacologia!
A fabulosa e misteriosa questão “Porque será que o professor de Farmacologia traz sempre um penso no dedo?” paira sobre as nossas cabecinhas e cuja resposta, as nossas mentes inquietas e férteis se propuseram a descobrir ainda este ano lectivo – objectivo que tem vindo a revelar-se mais difícil e obscuro do que seria suposto!
O professor já demonstrou ser um tipo fofinho, com os seus adoráveis e discretos Pshiu’s em vez dos ruidosos, rudes e despóticos Shiuuu’s, quando tenta, sistemática e infrutiferamente, acalmar a multidão e silenciar as conversas paralelas dos alunos – porém, esta fofura extravasa para níveis um tanto ou quanto preocupantes sempre que inicia a sessão no utilizador Happy Fluffys - para já um nome bastante másculo - e cuja imagem é uma mistura de cor-de-rosas – de fazer inveja a qualquer macho que tenha um qualquer calendário pornográfico colado na parede de casa!
Pode-se dizer que é um professor bastante dedicado e que sente grande satisfação na prática lectiva – o entusiasmo excede-se ao ponto de estar a falar e começarem a sair bolhinhas pela boca do professor e este meio aparvalhado - “Olha agora já faço bolhinhas!” - tentá-las apanhar, impedindo-as de seguirem perigosamente na direcção dos alunos, que se tentam, discreta mas apavoradamente, desviar!
SHELDON WE LOVE YOU!
Nas aulas de Patologia Molecular têm lugar variadíssimas e interessantíssimas conversas que, para interesse dos alunos, ocupam grande parte da aula e cujo conteúdo leva os desinformados e inconscientes estudantes a repensar o seu comportamento perante a vida. Conversas que vão desde as pílulas que matam peixinhos no outro lado do mundo, das maçãs envenenadas qual história de branca de neve, à inutilidade para o organismo de beber leite feito bezerro desmamado - nós somos literalmente bezerros desmamados que por nostalgia insistimos em manter esta actividade que outrora permitiria a criação dos laços afectivos com a nossa mãe, mas que actualmente foram substituídas por vacas!, às questões éticas e psicológicas de se querer saber, havendo a hipótese, se temos uma mutação no nosso estimado e glorioso companheiro de guerra o p53 e com isso o aumento da probabilidade de termos um tumor em qualquer parte do nosso organismo, entre muitos (há de tudo e para todos os gostos!) outros assuntos de estarrecer que nos encaminham para a única conclusão: “Salva-te! Não comas, não bebas, NÃO RESPIRES!”
Numa destas aulas, enquanto a professora falava de doenças sexualmente transmissíveis, descobrimos, para nossa grande surpresa e estarrecimento, algo que nunca nas nossas inocentes vidas (e quando digo inocentes, não estou a exagerar, porque comparado com tudo o que vivemos até agora esta será a verdade mais constrangedora de todas), nos passou pela cabeça:
- Quem é que aqui já fez testes e análises para as doenças sexualmente transmissíveis? – pergunta a professora.
Um silêncio embaraçante mas denunciativo da realidade adolescente.
- Minha gente – continua a professora – só porque vocês nunca tiveram relações sexuais antes do/a vosso/a parceiro/a actual, e mesmo que tenham tido relacionamentos de dois/três anos antes mas de total respeito um pelo outro, não implica que os vossos parceiros não tenham tido relações e comportamentos de risco antes de vocês… E, por isso, façam os testes antes de começar o relacionamento.
- Professora, também há o caso de estarem a ter relações sexuais com uns enquanto namoram com outros! – diz um.
-Sim, mas aí o factor confiança perde-se… Se forem relações abertas, tudo bem, sabem no que estão metidos e há que ter cuidado.
A conversa continua…
- E por isso torna-se importantíssimo realizarem os testes das DST. Mas, oh meus amigos, no caso de o teste ser positivo não quer dizer que foram traídos…É o que acontece no caso do HPV e experimentar roupa com fio dental…
Completamente indefesos e perplexos, fomos atingidos com esta, aparentemente absurda, afirmação! Perguntámos:
- Desculpe, professora, o quê?! – super aparvalhados.
- Exactamente, uma rapariga a experimentar roupa e que esteja num momento de surto de HPV faz, literalmente, um esfregaço vaginal nas calças…!
Neste momento o nosso mundo colapsou.
Ainda estamos em recuperação das nossas defesas em relação a algo tão inquietante.
A verdade é que a procura da Verdade (com v maiúsculo) tem destas verdades inconvenientes…
Agora lembro-me que alguém bastante inteligente disse-me, uma vez, que a ignorância era uma bênção!
Para as pessoas que abusam nas festas aqui fica um conselho: Se beber não tente chutar uma garrafa.